Attempting the Impossible, René Magritte, 1928
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O Presidente da República Portuguesa, Jorge Sampaio, veio hoje a público manifestar a sua indignação relativamente ao estado do país. Não fez mais do que discorrer um pouco sobre a realidade portuguesa e as responsabilidades que cabem a cada um dos agentes. Mas teve finalmente a coragem de o fazer, sem pejo nem deferência para os eternos donos de Portugal.
E lançou críticas directas, fundadas nos inúmeros diagnósticos que referiu e que afinal alguém com relativo poder teve o trabalho de ler. Só peca por tardio, este ligeiro aroma a magistratura de influência. Por que razão só agora, a pouco mais de 6 meses das eleições presidenciais e com dois mandatos cumpridos?
De qualquer forma, não poupou a banca ao criticar a lógica do investimento fácil que a orienta (os créditos auto, habitação, etc.), em detrimento de uma atitude mais prospectiva e dinamizadora que incentive as empresas e ajude aquelas que estão realmente interessadas em inovar.
Rompendo com o discurso gasto e a cheirar a mofo que tem na Administração Pública o principal bode expiatório, Sampaio não enjeitou a oportunidade de responsabilizar também algum sector privado pela inércia e falta de competência, desmistificando assim essa tentação intelectualmente diminuída em que se cai muito facilmente em Portugal, ao afirmar: "não há iniciativa privada suficiente em Portugal [porque as empresas ainda estão] demasiado encostadas ao Estado".
E lançou críticas directas, fundadas nos inúmeros diagnósticos que referiu e que afinal alguém com relativo poder teve o trabalho de ler. Só peca por tardio, este ligeiro aroma a magistratura de influência. Por que razão só agora, a pouco mais de 6 meses das eleições presidenciais e com dois mandatos cumpridos?
De qualquer forma, não poupou a banca ao criticar a lógica do investimento fácil que a orienta (os créditos auto, habitação, etc.), em detrimento de uma atitude mais prospectiva e dinamizadora que incentive as empresas e ajude aquelas que estão realmente interessadas em inovar.
Rompendo com o discurso gasto e a cheirar a mofo que tem na Administração Pública o principal bode expiatório, Sampaio não enjeitou a oportunidade de responsabilizar também algum sector privado pela inércia e falta de competência, desmistificando assim essa tentação intelectualmente diminuída em que se cai muito facilmente em Portugal, ao afirmar: "não há iniciativa privada suficiente em Portugal [porque as empresas ainda estão] demasiado encostadas ao Estado".
Não só encostadas como também, pese embora a lógica dos fins lucrativos que os distingue, capazes de apresentar piores resultados, em particular em áreas específicas como a educação e saúde.
Só queria ver como seriam as empresas em Portugal, caso cumprissem integralmente com as suas obrigações como acusam frequentemente autarcas, gestores públicos ou ministros de não cumprir. Quantas estariam ainda em funcionamento, caso todas agissem integralmente em observância das regras?
Só queria ver como seriam as empresas em Portugal, caso cumprissem integralmente com as suas obrigações como acusam frequentemente autarcas, gestores públicos ou ministros de não cumprir. Quantas estariam ainda em funcionamento, caso todas agissem integralmente em observância das regras?
Não é só o Estado que é excessivamente burocratizado (e é, de facto). Mas, e a quantidade de empresas lideradas por pessoas incompetentes, com trabalhadores sem qualquer formação, sem contabilidade organizada e sem reinvestir outro que não seja o capital para bólides, casas de férias, viagens e execráveis visons?
Sampaio, na sua qualidade de representante máximo do Estado português, mesmo sem poderes relevantes a não ser a «bomba atómica», podia e devia ter intervido mais cedo, usar de toda a influência que tem um Chefe de Estado para dar palmadinhas verbais em toda essa gente. Por ser recorrente o exemplo dos portugueses que fora de Portugal são produtivos, às vezes dá vontade de mandar chamar gente de outros países para tomar conta destes «inimputáveizinhos» que balouçam atónitos neste jardim à beira-mar plantado, perscrutando o vazio, o enervante vazio!!!!
Sampaio, na sua qualidade de representante máximo do Estado português, mesmo sem poderes relevantes a não ser a «bomba atómica», podia e devia ter intervido mais cedo, usar de toda a influência que tem um Chefe de Estado para dar palmadinhas verbais em toda essa gente. Por ser recorrente o exemplo dos portugueses que fora de Portugal são produtivos, às vezes dá vontade de mandar chamar gente de outros países para tomar conta destes «inimputáveizinhos» que balouçam atónitos neste jardim à beira-mar plantado, perscrutando o vazio, o enervante vazio!!!!
E como trabalham bem holandeses, alemães, ucranianos e outros, nos campos que desprezamos!
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