Mais umas pérolas deste Portugal, apetece dizer, dos grandinhos. Desta feita destacamos algumas intervenções de militares, seriamente preocupados com o seu estatuto, os seus «direitos adquiridos» e com o especial papel que ocupam na sociedade, creio que mais ou menos ao nível dos deputados. Talvez um pouco mais... acima dos magistrados e abaixo dos médicos. Por aí.
Passemos pois ao suco.
1. A propósito da proposta do governo para a idade de reforma (40 anos de serviço como os outros, e 65 anos de idade) e da eventual extinção dessa grande garantia que é a Reserva Militar, o distinto Sr. Coronel Tasso de Figueiredo não esconde a sua preocupação, porque está em causa o próprio estatuto da condição militar. «Manda vir que esta pago eu!» Actualmente, um militar pode passar à reserva com 50 anos!
2. Muito melhor que a primeira, diz respeito à acusação movida pelo Sr. Tenente-Coronel Alpedrinha Pires (Presidente da Associação de Oficiais das Forças Armadas) à incompetência de políticos mal preparados: "temos sido governados por gestores medíocres" (no Público de 21.06.05).
Aqui, o homem tem razão! Não só medíocres, como indisponíveis para encarar com humildade qualquer processo de aprendizagem que os possa diminuir em carteiras de escola, pequenas demais para acolher tão destacadas eminências: «A mim, não me escapa nada, já em criança era assim, muito esperto!».
A título de curiosidade, o CEFA (Centro de Estudos e Formação Autárquica) promoveu aqui há uns anos um curso de formação geral para eleitos. O enorme sucesso da iniciativa determinou o fecho. Aliás, em toda a Administração Pública, são os eleitos quem sabe mais, por isso, são os que menos se sujeitam a formação. Coerente.
É por isso que a gestão interna dos quartéis é exemplar... O controlo sobre as compras, os combustíveis, as mordomias nas messes de oficiais (come-se melhor do que num restaurante de 5 estrelas, e adivinhem quem paga?) os gloriosos serviços prestados à comunidade, etc. Só por quem lá passou...
Só para se ter uma ideia, há 10 anos atrás, o Quartel-General da Região Militar Sul (em Évora, no Largo dos Castelos), parecia a Quinta da Malagueira, autêntica colónia de mandarins... Se caísse uma chuvada à séria, tanto uma como o outro decerto naufragariam... Presumo que continue igual. E não se pense que era caso único.
E também é da má preparação dos políticos, o aproveitamento abusivo dos sub-sistemas de saúde? «Dá pá'mãe, pó'vizinho, pó'amigo e pó'cão». Quer dizer então que essa fraude é um ardil utilizado pelos políticos para denegrir a classe? Tá bem, tá...
3. Incomensuravelmente melhor que as duas anteriores, segue-se esta safira exótica que cortesmente o Sr. Coronel fez questão de nos mostrar, ainda a respeito das baixas médicas. Argumenta o excelso militar que a profissão de militar acarreta riscos vários e um desgaste rápido, tipo futebolista...
Quanto a isto, só tenho uma questão a pôr, tão legítima quanto a do Luís Delgado (abaixo): se é assim tão mau, porque não vão todos para as obras «alombar» à chuva e ao sol, ao frio e ao calor, afirmando assim a sua condição especial de servente nas olimpíadas do reumatismo precoce?
Passemos pois ao suco.
1. A propósito da proposta do governo para a idade de reforma (40 anos de serviço como os outros, e 65 anos de idade) e da eventual extinção dessa grande garantia que é a Reserva Militar, o distinto Sr. Coronel Tasso de Figueiredo não esconde a sua preocupação, porque está em causa o próprio estatuto da condição militar. «Manda vir que esta pago eu!» Actualmente, um militar pode passar à reserva com 50 anos!
2. Muito melhor que a primeira, diz respeito à acusação movida pelo Sr. Tenente-Coronel Alpedrinha Pires (Presidente da Associação de Oficiais das Forças Armadas) à incompetência de políticos mal preparados: "temos sido governados por gestores medíocres" (no Público de 21.06.05).
Aqui, o homem tem razão! Não só medíocres, como indisponíveis para encarar com humildade qualquer processo de aprendizagem que os possa diminuir em carteiras de escola, pequenas demais para acolher tão destacadas eminências: «A mim, não me escapa nada, já em criança era assim, muito esperto!».
A título de curiosidade, o CEFA (Centro de Estudos e Formação Autárquica) promoveu aqui há uns anos um curso de formação geral para eleitos. O enorme sucesso da iniciativa determinou o fecho. Aliás, em toda a Administração Pública, são os eleitos quem sabe mais, por isso, são os que menos se sujeitam a formação. Coerente.
É por isso que a gestão interna dos quartéis é exemplar... O controlo sobre as compras, os combustíveis, as mordomias nas messes de oficiais (come-se melhor do que num restaurante de 5 estrelas, e adivinhem quem paga?) os gloriosos serviços prestados à comunidade, etc. Só por quem lá passou...
Só para se ter uma ideia, há 10 anos atrás, o Quartel-General da Região Militar Sul (em Évora, no Largo dos Castelos), parecia a Quinta da Malagueira, autêntica colónia de mandarins... Se caísse uma chuvada à séria, tanto uma como o outro decerto naufragariam... Presumo que continue igual. E não se pense que era caso único.
E também é da má preparação dos políticos, o aproveitamento abusivo dos sub-sistemas de saúde? «Dá pá'mãe, pó'vizinho, pó'amigo e pó'cão». Quer dizer então que essa fraude é um ardil utilizado pelos políticos para denegrir a classe? Tá bem, tá...
3. Incomensuravelmente melhor que as duas anteriores, segue-se esta safira exótica que cortesmente o Sr. Coronel fez questão de nos mostrar, ainda a respeito das baixas médicas. Argumenta o excelso militar que a profissão de militar acarreta riscos vários e um desgaste rápido, tipo futebolista...
Quanto a isto, só tenho uma questão a pôr, tão legítima quanto a do Luís Delgado (abaixo): se é assim tão mau, porque não vão todos para as obras «alombar» à chuva e ao sol, ao frio e ao calor, afirmando assim a sua condição especial de servente nas olimpíadas do reumatismo precoce?
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