26 de novembro de 2006

Mário Cesariny (1923-2006)


Poema
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco

3 comentários:

Anónimo disse...

Justa homenagem.
Deixo um link onde se poderá beber um pouco mais da sua arte.
http://users.isr.ist.utl.pt/~cfb/VdS/cesariny.html

Claire-Françoise Fressynet disse...

Um homem quando fica grande fica cansado

Anónimo disse...

Esta forma de unir palavras simples é sem dúvida sublime...

Susana