19 de maio de 2007

Um floco de neve no Verão (ii)

"- Ebúrneo ou Cândido? - Nua ou despida?Continuou, o segundo homem. Numa clara tentativa de desviar a atenção do primeiro, de cavar a sua própria vala.-lá na minha terra, os homens, quando adivinham a sua morte próxima encarrega-se o filho mais velho de os carregar até ao cimo do monte mais alto para que ali, sozinhos se despeçam dos dias. De Inverno, de verão, de primavera, de, sim, de Outono. – ah! E, claro, das noites também.- deixa-te disso! Não me vais dissuadir do que pretendo fazer. A minha própria vala. – já não me bastava o maldito floco. Será que..? – ajuda-me a subir!- Um… cigarro? – toma. Eh eh… a puta da picareta está a fazer-me mossas nas mãos.- humm... é normal. Ao menos usavas umas luvas. – afinal – lume..? – quantas planeias cavar ainda..?- uma dúzia!! Eh eh.. – belo cigarro – não pá! Apenas mais uma ou duas. – isto no fundo é só para me distrair. Fumemos então."
Anónimo

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