5 de outubro de 2008

BE na mira do PCP

Jerónimo de Sousa piscou o olho a Francisco Louçã. Veremos com que honestidade (de parte a parte). Até pode vir a dar em namoro mas não creio que dê em casamento porque será sempre uma daquelas relações instrumentais com uma teleologia própria. Business, para ser mais preciso. Juntos, representam quase 20% das intenções de voto uma aliança na esquerda, coisa rara e nunca vista? Totalizando 13,89% dos votos (corresponde a 9,6% dos mandatos na AR...), CDU e BE têm registado uma subida explicável pela insatisfação sentida por muitos socialistas de esquerda que não se revêem nas actuais políticas do governo. Acresce o fenómeno Manuel Alegre, capaz de arrastar consigo a asa canhota do PS, partido actualmente atarefado em esgotar politicamente a direita.
Porém, o dado mais interessante é a disponibilidade, ainda que mais táctica do que ideológica, de um partido historicamente pouco dado a partilhar o monopólio da esquerda que julga ser detentor.

Uma tal aliança a três seria um caso sério para a estrutura de partidos em Portugal e para a hegemonia do centro ideológico. Mas para que isso venha a acontecer, é preciso seriedade, determinação e verdadeira inteligência com um compromisso ideológico. Daquela inteligência dificilmente reconhecível no PCP e no BE e que consiste na convergência estratégica da esquerda.


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