16 de outubro de 2008

O Orçamento de Estado merece «duras» críticas da oposição

O Orçamento de Estado foi entregue na Assembleia da República e, estabilizadas [assumamos como certa essa realidade] as contas do défice e a messiânica convergência com o Pacto de Estabilidade e Crescimento, o governo propõe uma série de medidas ousadas, tendo em conta o período de intensa instabilidade que atravessamos - especulação diária nos preços do petróleo, crise financeira internacional que já começou a transbordar para a economia real com falências e nacionalizações - e a aproximação ao período eleitoral em 2009. Mas, a este respeito, convenhamos que também eu não deixaria os meus créditos por mãos alheias. O problema coloca-se quando se governa apenas para as eleições.

Entre as mais mediáticas, contabilizamos o maior aumento dos salários na função pública desde 2001 (acima da inflação prevista em 0.4 pontos percentuais, embora isso não signifique uma ténue recuperação que seja do poder de compra perdido), a adopção de escalões no IRC consoante a facturação das empresas, a criação do fundo imobiliário, entre outras. Ficam por resolver o enterro do Serviço Nacional de Saúde e a machadada autista que o governo está a dar na educação, muito para lá do ríspido puxão de orelhas que uma boa parte dos seus profissionais efectivamente se esforçou por merecer ao longo de anos de pagode.

Contudo, confrange olhar para a oposição e verificar que a sua grande preocupação tem a ver com o atraso com que receberam o documento. E mais uma ou outra lenga-lenga das habituais. Nos casos dos dois partidos que formaram entre 2002 e 2005, a embrulhada é ainda mais arrepiante porque se revelam tão inúteis na oposição quanto o foram no governo.

2 comentários:

Anónimo disse...

Quem tem uma postura pensadora e critica relativamente ao que se passa na sociedade, certamente não se enganará com o isco que o govverno está a lançar relativamente aos aumentos salariais.
Aumentos salariais em ano de eleições e acima da inflação? no minimo estranho.

Segundo ponto, não são referidos os aumentos que aconteceram a nivel de electricidade, bens alimentares, etc...

Terceiro, a oposição não se deve manifestar apenas no dia em que é apresentado o orçamento de estado e felizmente há alguma oposição que o faz.

Por último acho que é um pouco injusto, colocar as oposições todas no mesmo saco.

Anónimo disse...

concordo, as oposições devem ser colocadas em sacos diferentes