23 de outubro de 2008

Onde andam os sindicatos?

120 professores da Escola Secundária Camilo Castelo Branco, em Vila Real, decidiram não enviar ao ministério da tutela os seus objectivos para a avaliação de desempenho. Depois das intensas e participadas manifestações no ano lectivo passado, eis que um grupo de professores decide finalmente afrontar o governo de forma concreta, lutando por aquilo que considera justo.

Razão para perguntar: onde andam os palradores sindicatos? Dito de outro modo... pertencerão estes professores a uma bolsa de resistência comunista no cavaquistão ou serão, apenas, professores?

De resto, o processo não é claro e, acima de tudo, surge como resultado de uma imposição de gabinete sobre a sala de aula. O governo insiste nesta sua birra como se tivesse encontrado a panaceia para a credibilização do sistema de ensino em Portugal. Naturalmente que o governo não pode esperar aumento da qualidade. Caso contrário, não teria assentado a sua política de educação em medidas grosseiras como o Programa Novas Oportunidades nem teria estimulado a conversão das universidades em fundações.

12 comentários:

Anónimo disse...

o quê?

Anónimo disse...

Julgo saber que todos os funcionários públicos são avaliados pelo seu desempenho... Não são também os professores parte deste grupo?
(não me pronuncio sob a forma escolhida... mas o propósito parece-me justo). Igualdade para todos, meus caros.

Anónimo disse...

a questão está na forma como deverão ser avaliados. faz algum sentido que as notas dos professores dependam das taxas de sucesso escolar dos seus alunos? É muito fácil justificar boas notas... o governo justificou a excelente média dos exames nacionais de matemática no último ano lectivo, ainda que debaixo de intensas críticas da sociedade portuguesa de matemática

Anónimo disse...

Em portugal a avaliação faz-se da seguinte forma:
quem dá graxa ao chefe, rasteja e engole sapos tem a melhor nota; o professor que der as melhores notas, independentemente se os alunos sabem ou não, tem uma óptima avaliação de desempenho.

Ou seja a avaliação em Portugal tem nota negativa

João disse...

os portugueses não estavam habituados a trabalhar por objectivos, estavam habituados a ter um emprego. concordo plenamente com o princípio da avaliação e com tudo o que o anónimo diz.
enquanto professor é um exercício que sou obrigado a fazer com os meus alunos, o trabalho deles é aprender e há objectivos que têm que cumprir. a avaliação é componente essencial do processo de ensino/aprendizagem.
espera-se dos funcionários públicos que também eles aprendam a desempenhar cada vez melhor as suas funções e os professores também são funcionários do Estado que somos...
tenho é muitas dúvidas relacionadas com a "fórmula" (e nem sequer vou para o campo das quotas)...
por exemplo:
quem avalia quem se no fundo são todos colegas (professores, conselhos executivos, direcções regionais,...)?
Que critérios distinguem avaliadores de avaliados?
Quem avalia o desempenho do avaliador enquanto tal?
...
enfim... vamos ver no que dá...

Anónimo disse...

É um professor que avalia outro professor. E eu pergunto como pode um igual avaliar outro igual?

Anónimo disse...

Portugal ainda é credivel para os portugueses?

João disse...

enquanto o país for governado por militantes de dinheiro, poder e estatuto (e não militantes de uma ideologia, uma filosofia, um conjunto de princípios), o progresso é muito mais lento e as pessoas tendem - legitimamente - a não acreditar em quem governa. não digo que todos os governantes são interesseiros, acredito que haja gente competente que encara a política como um serviço público... acredito é que são mais os outros... mas pronto, a democracia é mesmo assim. se portugal é credível? acredito que sim apesar de viver com a sensação que ando sempre a remar contra a maré...

Anónimo disse...

Concordo plenamente com K. e revejo-me na imagem de "remar contra a maré".
Infelizmente, são também muitos os que desistem pois "se não lhes podes ganhar, então junta-te a eles".
Mas não se pode mudar o mundo num dia... há que ir travando essa batalha todos os dias e um pouco de cada vez!

João disse...

é isso!

Anónimo disse...

Noam Chomsky sobre os EUA e as eleições:
«- Claro que há diferenças, mas não são fundamentais. Ninguém deve alimentar ilusões. Os Estados Unidos têm essencialmente um sistema político de partido único e o partido governamental é o partido empresarial.»

Anónimo disse...

Proponho uma avaliação para os ministros,deputados (já sei que vão dizer: as eleições e o camandro...) gestores de bancos, juizes,etc.