3 de outubro de 2008

Os abruptos e os outros

Após um interregno de alguns anos, tive ontem a oportunidade de re-ver o programa "Quadratura do Circulo" na Sic Notícias. Também vi o Benfica que, após muitos anos, apresenta um conjunto de jogadores que mais se assemelham a uma equipa. E um técnico que parece um treinador.

Bom, mas regressando ao Quadratura do Círculo, pouco foi alterado no figurino com a excepção de agora ser o presidente da Câmara Municipal de Lisboa - António Costa - quem faz as vezes de José Magalhães, pelo PS. Parece que também por lá andou Jorge Coelho, antes de abraçar um controverso mas rentável projecto profissional...
O abrupto Pacheco Pereira e o polido Lopo Xavier continuam, imperturbáveis.

Uma coisa que nunca percebi foi porque razão foram escolhidos representantes dos partidos de centro e direita, em vez de procurar assegurar nos debates a diversidade social que os partidos representam na Assembleia da República.
Talvez por causa do nome do programa: tem que haver um moderador, sobram três lugares que são distribuídos pelos 1º, 2º e… 4º partidos mais votados.

Ou, por ser uma imposição do dono da estação televisiva: «não quero lá comunistas porque só sabem dizer mal e não se sabem vestir». É legítimo, afinal de contas, estamos a falar da propriedade privada de um homem, na qual só entra quem ele quer. Os comunistas também não abrem as suas casas a qualquer um. Só aos irmãos da média-baixa burguesia que venham por bem. Eu também não gosto de gente emproada que me obrigue a lavar a loiça duas vezes antes de servir a refeição, nem de gente pouco habituada a ouvir e respeitar as opiniões dos outros.

Portanto, concluímos que a escolha do figurino não responde a critérios de representatividade partidária embora, paradoxalmente, lá tenham assento três representantes partidários.

Depois deste inútil prelúdio, devo dizer que Pacheco Pereira se arrogou o direito de se incluir, lui même, nos 0,1% de bloguistas que considera terem escrúpulos. Confesso que não os ando a espiar a todos mas a força da generalização pereiriana é alarmante. Em que lado da barricada me terá colocado ele? Será que gostou dos meus textos? Será que já falou deles aos amigos? Será que quer escrever um romance a meias comigo? Ou será que teve cólicas e passou a noite em dificuldades? Não sei, ele nunca mo disse directamente. Por isso é que depois daquela afirmação senti uma profunda perturbação durante dois segundos e meio. A seguir, mudei de canal, estava a dar o Goucha e percebi que não me vou abaixo com uma afirmaçãozeca qualquer.

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