5 de novembro de 2008

Barack Obama venceu as eleições


Desde Jimmy Carter e apesar dos mandatos presidenciais de Bill Clinton, os últimos 27 anos de política externa americana têm sido extremamente desgastantes para o mundo. Como é evidente, o sentimento anti-americano que se generalizou um pouco por todo o mundo, particularmente entre as gerações mais jovens, foi bem alimentado pelos desempenhos dos republicanos Ronald Reagan, George Bush e George W. Bush. Com a eleição de Barack Obama, o mundo viu renovada a esperança. Veremos. Veremos de que forma se predispõem os EUA a intervir no mundo a partir daqui: se continuarão a privilegiar a decisão unilateral assente numa dominação hegemónica ou se retomarão o projecto da Sociedade das Nações, materializado na obsoleta ONU e no ignóbil Conselho de Segurança (ambos precisam de reformas urgentes).

A política externa dos EUA é a parte que nos diz directamente respeito. Depois, há os assuntos internos, dos quais também dependemos indirectamente.

Este homem surgiu messianicamente no espectro político nacional e internacional como se fosse um D. Sebastião. Representa, de algum modo, o projecto inacabado começado por Martin Luther King. Pelo menos do ponto de vista simbólico. Retomou o discurso americano dos valores, da democracia e dos ideais e criou expectativas em muitos. Num país onde existe a democracia mais antiga e onde, para debalde de alguns, o processo funciona relativamente bem, a vitória de Barack Obama é extraordinariamente importante porque é a que maior legitimidade política alcança nos últimos 100 anos. Com efeito, num país confrontado com as mais altas taxas de abstenção eleitoral, elemento crucial numa democracia representativa, Barack Obama tem o mérito de levar dois terços dos eleitores americanos às urnas. Mesmo que entre eles estivessem todos os simpatizantes do Ku Klux Klan.

Sai de cena o pior presidente americano de sempre, George W. Bush.

4 comentários:

licínia disse...

Vi pela primeira vez o Presidente Obama há uns tempos num programa televisivo improvável para mim – a Oprah.
Penso que andada nas primeiras apresentações televisivas e, como sou muito parecida com as minhas avós sensibilizou-me a história do rapaz pobre que teve de pedir um empréstimo para se graduar e, que estava a acabar de pagar o empréstimo.
Para surpresa minha vi o tal moço a disputar as primárias com a Sra. Clinton. Mal dei conta e o tal moço já era o candidato democrata. Como estas não eram as “minhas” eleições, não me interessei muito mas lá fui dizendo que simpatizava com o moço.
A minha desilusão veio no dia seguinte: das suas prioridades governativas duas criam-me uma urticária difícil de acalmar - o aborto e pena de morte!
Acho que estou a ficar muito parecida com a maioria do povo americano... acrítica!

Anónimo disse...

Espero que não seja para liberalizar as duas..

Anónimo disse...

A mim o que me interessa na politica externa dos eua, é a resolução do conflito de israel e palestina, o fim das bases militares dos eua por esse mundo fora, a assinatura do procolo de quioto, etc, etc...

Anónimo disse...

Será que Guantanamo vai acabar?
Espero que sim.