6 de agosto de 2009

Hirollywood

Hoje [e, por que não dizê-lo, ontem e amanhã] tive a perfeita demonstração da incapacidade de organização mental dos factos quando o meu interlocutor teve a veleidade de comparar Hiroxima com Pearl Harbour, com o fito de combater qualquer sinal de anti-americanismo que eventualmente pudesse despontar em mim.

Se exceptuarmos o enquadramento militar de Pearl Harbour, o enquadramento civil de Hiroxima, a desproporção de vítimas, as sequelas, a empatia ocidental, o potencial de destruição dos canhões japoneses e de uma ogiva nuclear e a fantasia justiceira/romântica do direito à vingança, é tudo a mesma coisa. «Guerra é guerra», não obstante as convenções que a regulam, instituídas e defendidas pelo mundo dos bons rapazes de que nós, obviamente, fazemos parte. Mas que nem sempre cumprimos, esperando esse compromisso dos selvagens. Fiz questão de lhe fornecer estes novos dados, não esperando porém que contribuíssem para a sua salvação.

Mas esse é o risco de aprender a História Universal pelos filmes de Hollywood e não pelos livros.

Curiosamente, no dia em que se comemoram 64 anos sobre Hiroxima e no dia em que a Secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton exprimiu os seus lamentos sobre a não adesão do seu país ao Tribunal Penal Internacional.

1 comentário:

Anónimo disse...

Não lamentes. Por vezes, fazemos o que podemos mas essa estirpe de broncos continuará a existir. Viva a américa e as guerras patrocinadas na ásia, áfrica e américa latina em plena guerra fria, viva a invasão do iraque e o regime de protecção americano que matou cinquenta vezes mais do que saddam hussein.

para que os estalinistas não se ficarem a rir, viva a união soviética e as guerras patrocinadas na ásia, áfrica e américa latina, etc...