24 de setembro de 2009

Jovens e política: o papel da socialização na participação política [de onze jovens]



 Considerado um elemento fundamental da democracia representativa, o sufrágio universal é o meio que os cidadãos têm ao dispor para intervir directamente na escolha dos seus representantes nas instituições democráticas e, assim, expressar o seu apoio ou desacordo com as propostas políticas em «concurso». O decréscimo dos níveis de participação eleitoral observado nos últimos anos, independentemente da fase de consolidação democrática, é fonte de naturais preocupações para a própria legitimidade da democracia. Em particular, o tradicional e elevado abstencionismo observado entre os mais jovens suscita dois tipos de inquietações. Em primeiro lugar, a desmobilização geracional, um arrefecimento geral na participação eleitoral observado de geração em geração. Em segundo lugar, as especificidades próprias de uma fase de vida em que a política não parece ser particularmente entusiasmante.

As explicações do efeito geracional e do efeito dos ciclos de vida respondem muito bem a uma e outra inquietação, serenando alguns temores de crise: de um lado, a adesão a formas alternativas de participação política e, de outro, a convicção de a integração social com a entrada numa nova fase de vida [e o pacote de responsabilidades que a acompanha] favorecer um maior envolvimento político. Porém, interessa também identificar as diferenças que existem entre elementos pertencentes a um mesmo segmento etário. Para isso foram entrevistados onze jovens com vários perfis de integração e relacionamento com a política, interessando em particular, mapear os respectivos trajectos de vida, tendo como grande referência os mecanismos de transmissão de referências políticas. Neste caso, privilegiou-se o enfoque a partir da socialização política, esperando compreender o impacto que a socialização política pode ter na configuração de uma cultura política de participação e envolvimento políticos.

As diferenças observadas estão na base de tipos-ideais ou perfis de indivíduos construídos para dar expressão a diferenças fundamentais identificadas nos relacionamentos mantidos com a política. Desde logo, ao nível da participação política (convencional e não convencional) mas também ao nível do envolvimento e interesse pela política.

1 comentário:

EM ROID HALL disse...

ENHORABUENA!!!!!!!!!!!