19 de fevereiro de 2010

Fernando Nobre à presidência da República



Era esperado que o anúncio da candidatura de Fernando Nobre à presidência da República adicionasse pressão sobre Manuel Alegre e sobre o PS. Neste último caso, a pressão expressa-se pela necessidade dos socialistas clarificarem a sua posição e apresentarem o seu candidato. Relutantes em apoiar Alegre, vêem-se agora na eminência de três candidatos da esquerda disputarem as eleições com um único e coeso candidato da direita, Cavaco Silva. Sob esse ponto de vista, a candidatura de Fernando Nobre vem esfrangalhar a esquerda ideológica. A não ser que o PS decida apoiar Manuel Alegre, o candidato a quem, há quatro anos atrás, José Sócrates tirou o tapete debaixo dos pés para o colocar debaixo de um candidato escolhido para fazer número: Mário Soares.

O que não se esperava é que a dimensão humanitária de Fernando Nobre fosse imbecilmente desvalorizada em detrimento da dimensão partidária que o presidente da AMI, obviamente, não tem. Como se Fernando Nobre não tivesse uma forte dimensão político-ideológica [porque a tem!] e como se viver dentro e de um partido fosse uma vantagem para exercer o cargo. Como se, enfim, o conhecimento das manhas e patranhas partidárias fosse mais importante do que a dignidade dos princípios e valores que homens como Fernando Nobre representam.

Tais críticas são, afinal, próprias de um país conservador e de uma cultura política muito ciosa dos seus feudos e prerrogativas... E são, finalmente, o primeiro indício da perturbação que esta candidatura semeou.

1 comentário:

Anónimo disse...

Manuel Alegre gosta muito de falar aos microfones e até parece que é contra sócrates, mas vai votando favoravelmente a quase tudo o que vem do governo socretino

Como votou Alegre o código do trabalho?
O que diz Alegre relativamente ao desemprego?
O que diz Alegre dos milhões que este governo deu aos bancos?

Alegre é socialista que tal como quase todos os xuxalistas, só querem é tacho e os principios há muito que foram engavetados