23 de setembro de 2004

em de-talhe

REGRESSO AO PLANETA DOS MACACOS
Como se dele pudessemos escapar, eis que anuncio um regresso.
Na verdade, a silly season não mais foi do que um período intemporal, «a-histórico», revitalizante, por certo. Todavia, cá temos outra vez a Casa Pia e os heróis do segredo de justiça; um pugilato mediático-político revigorante, embora caduco, dentro do PS; a musculatura triunfal da gestão americana no Iraque, assim como os «raciocínios-bomba» bushianos,etc. etc.
Em bom rigor, temos mais do mesmo e até se descobrem novidades, como a condução do sistema em que assenta a educação em Portugal, mais a falta de respeito endémica pelos portugueses, sejam eles pais, professores ou alunos.
Isto soa um pouco a eterno retorno mas existem dados novos que deitam por terra essa aspiração dos menos convencidos. O Benfica vai em primeiro, as «women on waves» regressaram da pescaria à doca de Roterdam, o Bibi deixou de ser um homem solitário no seu processo, pela primeira vez Santana Lopes discursou na Assembleia Geral das ONU, pela primeira vez os nossos atletas nos Jogos Paralímpicos receberam ajuda para os ténis, etc, etc.

Em suma, temos um país dinâmico que não pára, está em movimento, towards sustainability, como é da moda. Mais, temos uma população mobilizada em torno das grandes questões, atenta ao desempenho (excelente do governo, diga-se de passagem) dos nossos governantes eleitos. Mais ainda, considero inacreditável quando se levantam vozes a colocar em causa o nosso querido torpor, afinal, o garante do nosso way of life.

Uma confissão: o que mais gostei de "O Planeta dos Macacos" foi o final pois é feliz. Nós somos aqueles e podemos dar-nos por muito satisfeitos....

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