27 de setembro de 2004

em de-talhe

ESPÍRITO OLÍMPICO
Brilhante, é como se pode adjectivar a participação paralímpica portuguesa, ou seja, a participação Olímpica portuguesa. Não se pode pedir mais, porque eles já nos deram tudo, como se não bastasse a atitude de campeões e o verdadeiro espírito olímpico que orgulharia certamente Pierre de Coubertin ou encheria de inveja todo o Olimpo.
Apesar de ainda não terem terminado a sua participação nos Jogos Paralímpicos, não posso deixar de expressar a minha gratidão, assim como a profunda admiração que sinto por atletas habituados a viver na adversidade, a ultrapassar obstáculos e a vencer. E vencem, de forma categórica, quer no tartan quer na passadeira quotidiana.
Ontem mesmo, correu-se a final da maratona em 2h44 min, na categoria T11, cegos totais. O português Carlos Ferreira conseguiu a medalha de prata e não se pense que sem suor e lágrimas. O Homem ponderou a desistência, mas uma crença inabalável em si, potenciada apenas pela palavra de incentivo do seu atleta-guia, catapultaram-no para o 2º lugar. Incrível. Sobretudo após vermos Paula Radcliff a sucumbir, desesperada, depois de ultrapassada pelas mais directas adversárias ou a Fernanda Ribeiro a desistir a menos de 2 voltas. Normal? Sim, neste nosso mundo de pseudo-atletas, ditos profissionais (auferir chorudos vencimentos não significa necessariamente profissionalismo, é bom recordar).
No mundo deles, não pode haver desistências, não há lugar a segundas oportunidades. No desporto como na vida, a atitude só pode ser uma.
Quanto a espírito olímpico, estamos conversados, com excepção para um par de atletas portugueses de alta competição que são... excepcionais, pois claro.
Dream team? O «Real Circo de Madrid» é que não é de certeza...

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