27 de setembro de 2004

em de-talhe


OUTRA VEZ A LEGITIMIDADE DEMOCRÁTICA DE BUSH

Vem o antigo Presidente democrata dos EUA, Jimmy Carter - agora um destacado observador internacional de processos eleitorais - alertar para aquilo que considera serem procedimentos menos democráticos, sistematicamente ocorridos na Florida. Afirma ele que «as normas internacionais essenciais» não são observadas em tal parte do mundo.

Parece no mínimo preocupante, quando nos estamos a referir à mais velha democracia do mundo, ao modelo democrático que Tocqueville tanto elogiou sugeirndo como modelo a seguir para a Europa. Com todo o respeito, monsieur Alexis, muita coisa terá mudado desde então...

Mas não nos podemos esquecer que foram problemas deste género que levaram à recontagem dos votos após a eleição presidencial que sufragou Bush. O suficiente para o Partido Republicano colocar na Casa Branca o seu candidato presidencial. Qual seria a estratégia do Partido Republicano quando avançou com Bush? Agradar ao pai? Enterrar o partido? Ter lá alguém suficientemente incapaz para que outras forças pudessem governar o país e o mundo? Uma incógnita.
De qualquer modo, ali está ele, incrívelmente posicionado para vencer uma segunda vez. Alguma coisa o fazia prever? Só numa ficção bem ao jeito de Augusto Abelaira, como por exemplo «O Único Animal Que?», a que não faltariam as caixinhas com pulgas e as pastilhas-elásticas para aumentar a mandíbula e levar o cérebro à entropia. Qualquer semelhança com a realidade...

Jimmy Carter bem se esforça... mas como alguns insistem, «a América foi conquistada com armas e é com armas que os americanos se têm que defender». Defender, que é como quem diz, preservar o «american way of life and rule»...

Para concluir, tudo indica que, desta vez, se preparavam para eliminar milhares de eleitores de origem africana, que se posicionariam potencialmente entre o eleitorado democrata. A razão? Actividades criminosas...
Assim vai a democracia americana. Que diria agora Tocqueville? Sérias dúvidas ameaçam o meu vago entendimento...

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