12 de novembro de 2004

à tout propos (48)

CONGRESSO DO PSD
No discurso de abertura do congresso, Santana Lopes mostrou que apesar de tudo, trouxe a lição bem estudada de casa e dessa lição consta a clássica obra de Nicolau Maquiavel, O Principe. Não acredito que seja tudo da cabeça dele, é certo, mas devo reconhecer que pré-candidatar à presidência da república um dos seus principais oponentes é uma jogada audaz e matreira. É que, ao lançar o nome de Cavaco, Santana Lopes garante uma fidelidade forçada pelo sistema de favores; garante igualmente a convergência dos restantes cavaquistas em torno do seu «projecto», diminuindo consequentemente a contestação interna; e, finalmente, isola o seu maior oponente: o velho professor de direito, Marcelo Rebelo de Sousa (que, à semelhança de Cavaco, nunca escondeu a sua preferência por Durão Barroso).

Sem comentários: