30 de dezembro de 2004

em de-talhe

GABINETE DE CRISE
Ontem, o ministro dos negócios estrangeiros abriu generosamente as portas do ministério à SIC e orgulhoso, mostrou como funciona a célula de crise que se ocupa na localização de portugueses desaparecidos no sudeste asiático.
A dita estrutura - composta por 3 administrativos, um porteiro e um aprendiz de diplomata a ensaiar contactos telefónicos - está em permanente contacto telefónico com os locais, mantendo-se activa 24 horas por dia. Por outro lado, todo este esforço é complementado com parcerias estreitas que mantemos com outros países: eles trabalham no terreno e a nossa célula diz aos familiares se a pessoa continua ou não desaparecida. Muito inteligente. É desta que o défice público vai lá...
Para mim, devo confessar que foi uma completa desilusão pois sempre pensei que uma estrutura de crise funcionasse no interior de uma sala blindada a 200 metros de profundidade, escavada numa rocha e os operacionais fossem militares da central de inteligência a monitorizar tudo em instrumentos sofisticadissimos.
Nada disso, um dos funcionários introduzia numas células de Excel feitas à medida, categorias como «desaparecido» ou «por encontrar». Já agora, partilho uma curiosidade: estavam todos impecavelmente vestidos, trajando de fato e gravata.

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