O pretexto encontrado pelo PCP para retirar a confiança política ao autarca de Redondo terá sido a inclusão do município que lidera, no sistema multimunicipal de abastecimento de águas e saneamento, a cargo da empresa Águas do Centro Alentejo.
A divergência reportar-se-á à natureza «privatizavel» da empresa, a qual é decididamente incompatível com o projecto autárquico do PCP. Como se houvesse algum. De resto, é tão incompatível como nos casos de outros municípios comunistas que entraram em sistemas semelhantes, nomeadamente no Distrito de Setúbal.
Nesta matéria, como em tantas outras, sabemos perfeitamente como as câmaras não dispõem nem têm que dispor de know how especializado, em particular em áreas residuais pela pontualidade de que se reveste.
Mais, também sabemos que uma hipertrofia do sector público estagna a dinâmica económica preferivelmente centrada no sector privado.
Mais ainda, estatutariamente, não é possível a um privado deter uma posição maioritária na empresa, pelo que por princípio, esta nunca sairá do controlo do sector público.
Nesse caso, do que se queixa o PCP?
Acontece que o PCP não convive muito bem com a liberdade individual, com a reflexão crítica e enfim, com o sistema democrático que ajudou a conquistar. E isso vê-se nas estruturas internas do partido, na organização disciplinadora onde o condicionamento é da mais fina textura. Confesso-me incrédulo sempre que vejo jovens comunistas a reproduzirem acriticamente postulados perfeitamente discutíveis e frágeis do ponto de vista lógico-argumentativo.
Não obstante, eis a curiosidade desta novela, e que talvez os mais distraídos desconheçam, são as habituais performances eleitorais que alguns partidos levam a efeito. A este respeito, o PCP não é excepção e em plena campanha eleitoral os candidatos a deputados pelo distrito de Évora, liderados pelo cabeça de lista Abílio Fernandes, estiveram nas instalações da Câmara Municipal de Redondo a fazer campanha eleitoral, acompanhados pelo Executivo camarário que supostamente seria indigno da confiança política do PCP.
A comitiva percorreu todas as instalações municipais, cumprimentou funcionários, demorou-se com explicações sobre o estado actual em que as forças vampiras tiram o pão da boca às criancinhas portuguesas que definham com fome, o monopólio do capitalismo, os barões e a exclusão, etc., etc.
Por fim, importa reter alguns marcos relativamente interessantes que não esgotam o universo de circunstâncias que en passant foram deteriorando a relação: o arranque deste processo das águas (em que o Município de Redondo – leia-se a população – saiu claramente beneficiado em relação ao processo intermunicipal alternativo advogado pelo PCP) é de finais de 2001; as autárquicas tiveram lugar em Dezembro do mesmo ano; o Congresso do PCP em que Alfredo Barroso e Lopes Guerreiro são apupados pela JCP pelas suas posições é de finais de Novembro de 2004; a visita habitual dos candidatos comunistas, presumivelmente indiciadora de um clima institucional normal é de 10.02.05; as Legislativas em 20 desse mês e a ruptura oficial que se dá somente em 11 de Março, curiosamente um verdadeiro «dia-bomba» (Madrid, 11-03-04).
Tirem as vossas conclusões…
A divergência reportar-se-á à natureza «privatizavel» da empresa, a qual é decididamente incompatível com o projecto autárquico do PCP. Como se houvesse algum. De resto, é tão incompatível como nos casos de outros municípios comunistas que entraram em sistemas semelhantes, nomeadamente no Distrito de Setúbal.
Nesta matéria, como em tantas outras, sabemos perfeitamente como as câmaras não dispõem nem têm que dispor de know how especializado, em particular em áreas residuais pela pontualidade de que se reveste.
Mais, também sabemos que uma hipertrofia do sector público estagna a dinâmica económica preferivelmente centrada no sector privado.
Mais ainda, estatutariamente, não é possível a um privado deter uma posição maioritária na empresa, pelo que por princípio, esta nunca sairá do controlo do sector público.
Nesse caso, do que se queixa o PCP?
Acontece que o PCP não convive muito bem com a liberdade individual, com a reflexão crítica e enfim, com o sistema democrático que ajudou a conquistar. E isso vê-se nas estruturas internas do partido, na organização disciplinadora onde o condicionamento é da mais fina textura. Confesso-me incrédulo sempre que vejo jovens comunistas a reproduzirem acriticamente postulados perfeitamente discutíveis e frágeis do ponto de vista lógico-argumentativo.
Não obstante, eis a curiosidade desta novela, e que talvez os mais distraídos desconheçam, são as habituais performances eleitorais que alguns partidos levam a efeito. A este respeito, o PCP não é excepção e em plena campanha eleitoral os candidatos a deputados pelo distrito de Évora, liderados pelo cabeça de lista Abílio Fernandes, estiveram nas instalações da Câmara Municipal de Redondo a fazer campanha eleitoral, acompanhados pelo Executivo camarário que supostamente seria indigno da confiança política do PCP.
A comitiva percorreu todas as instalações municipais, cumprimentou funcionários, demorou-se com explicações sobre o estado actual em que as forças vampiras tiram o pão da boca às criancinhas portuguesas que definham com fome, o monopólio do capitalismo, os barões e a exclusão, etc., etc.
Por fim, importa reter alguns marcos relativamente interessantes que não esgotam o universo de circunstâncias que en passant foram deteriorando a relação: o arranque deste processo das águas (em que o Município de Redondo – leia-se a população – saiu claramente beneficiado em relação ao processo intermunicipal alternativo advogado pelo PCP) é de finais de 2001; as autárquicas tiveram lugar em Dezembro do mesmo ano; o Congresso do PCP em que Alfredo Barroso e Lopes Guerreiro são apupados pela JCP pelas suas posições é de finais de Novembro de 2004; a visita habitual dos candidatos comunistas, presumivelmente indiciadora de um clima institucional normal é de 10.02.05; as Legislativas em 20 desse mês e a ruptura oficial que se dá somente em 11 de Março, curiosamente um verdadeiro «dia-bomba» (Madrid, 11-03-04).
Tirem as vossas conclusões…
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