19 de junho de 2005

Venha demagogia, aos molhos e igual para todos

Populista ou não, a verdade é que a reforma do Estatuto dos Deputados não foi nem tem sido contra-argumentada com o mínimo de validade intelectual e moral. Alguns deputados esperneiam, ganem e estrebucham mas a única coisa que se lhes ocorre são acusações de demagogia. Seja então demagogia. Aos molhos.

Que um indivíduo seja proveniente do sector privado e exista um qualquer mecanismo que o defenda da arbitrariedade quando termine as suas funções representativas, tudo bem.
Agora, por ter cumprido com as suas funções em 1/3 do tempo que o comum dos mortais precisa para se reformar, e ter direito a uma subvenção mensal vitalícia?

Regimes especiais por supostamente cumprir com obrigações cívicas? Ser deputado de uma nação não deveria ser por si só uma honra especial, só acessível a alguns?

Com todas estas revelações relativas aos privilégios políticos que o comum dos mortais só suspeitava mas nem podia acreditar serem possíveis (em particular a possibilidade de acumular pensões públicas com salários públicos), só faltava agora vir a público que a um qualquer deputado proveniente do sector público pudesse ser possível beneficiar de uma licença com vencimento + vencimento de deputado + despesas de representação + subsídio de vestuário + subsídio de alimentação + subsídio de viagem + subsídio de férias + pensão de sangue do gato + senhas da Galp + pensão de reforma por 10 anos de descontos nos bombeiros voluntário + 1 residência oficial em Lisboa e na Quinta do Lago, ou em alternativa, senhas do Sheraton.

Nunca se sabe… Só por quem lá passou e como esses não se descosem, bem podemos ficar à espera…

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