Vamos lá esclarecer as coisas. No sector privado, se um indivíduo ganha muito ou pouco, não é da minha conta, conquanto cumpra as suas obrigações fiscais e cívicas. Se tem mérito, deve vê-lo recompensado. Ponto.
Agora, quando no sector público temos conhecimento de coisas como esta, o caso é diametralmente diferente. Estes gestores hospitalares não só se faziam pagar à revelia do enquadramento salarial do sector público, como suportavam despesas pessoais com dinheiros públicos. E não é caso único, sendo sim, mordomias da casa aceites tacitamente...
Em causa está a delapidação dos recursos públicos e muito honestamente, não é admissível que após as devidas averiguações se fique apenas pela devolução pecuniária. O cidadão comum responde judicialmente em circunstâncias similares.
A isto chama o vulgo, apropriação indevida de recursos públicos, despesismo e total desrespeito pelas normas vigentes. Não sou eu, o empregado fabril do Vale do Ave ou o cantoneiro de limpeza que tem que pagar as mordomias pessoais de gente sem escrúpulos que apenas vem contribuir para a péssima imagem da Administração Pública.
- Telefona daqui ó Zé, o Estado paga...
2 comentários:
Caro ARV :
Vou ser comedido nos comentários, porque o ARV apenas disponibiliza esta via comunicacional e o comentário fica, automaticamente, publicado na blogosfera. Acabo de ler a sua reacção ao meu comentário em "O Bosque Harmonioso", comentário que eu poderia ter colocado em qualquer outro texto seu. Estou a corrigir a última acta da Câmara(in tenui labor...)para ser aprovada na próxima 4.ª feira. É um "labor", no sentido original de "tarefa árdua, que causa dor e sofrimento" e que cumpro quinzenalmente, aos domingos (mas atenção, não vá isto despoletar novos comentários cobardes e infundados de algum leitor anónimo : em 26 anos de serviço, nunca recebi uma única hora extraordinária...). Senti o seu comentário a meu respeito como uma espécie de "koan zen" (embora estes enigmas não tenham solução racional e o seu tem). Quem é este cidadão livre que me tem "escapado" ?
Estou cegueta ou quê ? Que grande companheiro para aplicar o conceito socrático de "vida examinada" ou, o mais bonito de Agostinho da Siva, de "vida conversada" ! O meu amigo Takis é o único que me entra pelo gabinete para despoletar esta minha faceta oculta... Para terminar por aqui, vou um pouco mais longe (pois se sabe que sou setubalense, se calhar também sabe que fui apicultor nos anos 80): o meu comentário de há dias foi para completar a frase de Virgílio que, salvo erro de memória, afirmou "at tenuis non gloria". Não posso confirmá-lo, mas suponho que Virgílio desconhecia a polinização pelos insectos (a entomofilia), decerto a maior "glória" do trabalho das abelhas. Para quem estiver minimamente atento, o trabalho de ARV poliniza ("In Tenui Labor" passou, pois, aos meus favoritos na internet, ferramenta que só utilizo, esporadicamente, no meu computador de serviço, pois em casa tenho que esticar um grande fio, desconectar o telefone de casa e "arreliar-me" com a lentidão do processo). Se calhar, daqui a bocado, vou comentar a sua intervenção sobre o desaparecimento do Dr. Álvaro Cunhal (se o "raio da acta" mo permitir...). O trabalho de ARV é especialmete "árduo", porque uma parte significativa do seu diário labor é relativamente efémero (como assumia o saudoso Augusto Abelaira, em "Escrever na Areia"). Respeitosos cumprimentos.
Caríssimo Cidadão Eugénio:
Para quem prometia ser comedido nas palavras, o comentário que tão gentilmente me deixou
Felizmente, ao contrário dos enigmas do Homem, os enigmas das pessoas tendem a ter solução racional. Desafortunadamente, não tenho um sólido referencial helénico que me permita também despoletar tais dimensões quando irrompo pelos gabinetes dos colegas. O mais fácil é ser-me diagnosticada uma qualquer patologia. Felizmente não vivo com nenhum em casa...
Por outro lado, sendo um «labor efémero» não deixa de ser «polinizador», pelo menos no que à auto-polinização diz respeito… E esse efeito, eventualmente não conhecido por Virgílio, seria por ele certamente ensaiado.
Escrevamos pois na areia, conquanto mantenhamos a memória.
Saudações cordiais
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