31 de janeiro de 2006

Queimar Etapas?

Nós, os portugueses, somos peritos em «queimar» etapas de desenvolvimento. Mas também o somos em matéria de escavação de fossos. Já desde o tempo da guerra das trincheiras, durante o conflito de 1914-18. Antes disso até...

Ao que parece, o modelo de desenvolvimento social e humano português segue uma estratégia muito particular, muito nossa. Consiste em queimar etapas, sem as queimar de facto.

Parece estranho? Em 2001, dos 10 milhões de portugueses e apenas fazendo referência à população com mais de 18 anos cumpridos, aproximadamente 8 % não tinha qualquer qualificação académica. E cerca de 28 % não passou do 1º ciclo. Para não falar da iliteracia variável…

Pois bem, a Microsoft e o Governo português comprometeram-se em formar 1 milhão de portugueses em tecnologias de informação, no espaço de 5 anos. Nada mau. Isto é o que eu chamo «queimar etapas».

Mas entretanto, o que fazer às assimetrias existentes e prestes a ser reforçadas? Ou será que esse milhão é justamente o milhão que não sabe ler nem escrever?
Queimar etapas para quê? Queimem-se mas é as pessoas...

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