15 de junho de 2006

O mexilhão....

É aflitivo viver num país que treme por toda a parte sempre que uma fábrica estrangeira anuncia ou transpira sequer, a intenção de desandar para outro lado.
Aflige também constatar que uma só fábrica em Palmela contribua com 3 ou 4 % do PIB português.
Portugal pouco valor acrescenta aos produtos que produz, é sabido. Também é do conhecimento geral que assentámos durante demasiado tempo a estratégia de captação de investimento estrangeiro na mão-de-obra barata e pouco qualificada (diferente dos graus de especialização tecnológica). Por outro lado, aceitámos este modelo de investimento e integrámos esta lógica de comercialização desregulada.
Nesse caso, de que nos queixamos?
Com certeza que o Estado português tem óbvias responsabilidades para com os trabalhadores da Azambuja, por anos e anos de governos inábeis e sem visão «grande-angular». Todos nós partilhamos essa responsabilidade por anos e anos a dar carta branca a «empoleirados de gravata» que foram aterrando em ministérios com todas as mordomias.
Com tanta gente brilhante neste país... logo os mais oportunistas e papalvos é que tinham que decidir por todos.

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