12 de julho de 2006

Os Termos das Coisas



Aos períodos de hipermania, sucediam-se outros de hipomania e assim sem termo, porque o termo das coisas era vulgarmente um estádio consagrado e outorgado heteronomamente. Logo, os inchaços e desinchaços sucediam-se com referência à doxa, o indexador da patologia. E... santo deus, como é saboroso o agridoce e coisa nenhuma a pairar nos céus com referência a nada. E ao ser, agrilhoar-se em simultâneo ao sal e ao açúcar, à terra e ao ar. Sem os largar, sem os ultrapassar e sem os mesclar definitivamente. Como um vento desnorteado, sovado por apelos díspares que o enrolam e desenrolam arbitrariamente, sem que daí resulte uma avalanche de matéria uniforme. Aos termos das coisas.

1 comentário:

Anónimo disse...

E é aqui que as coisas são somente coisas. Talvez tenham nome mas despem-se de conceitos e pre-conceitos. E aqui sentimos o início e o fim delas na simples observação do resultado em constante transmutação. Aberto ao arrastão do vento, à queimadura do sol, ao refresco da noite e à revigorante molha da chuva.
No ínício imediato uma forma, um fim em si mesma. No fim, outra lhe sucede em busca permanente da liberdade, controlada apenas por um tal atilho tão contra-naturalmente apertado quanto a cultura que o criou.
Só aqui, no espaço neutro e inócuo entre a matéria e a alma é possível alcançar a paz, depois de um combate suado entre o instinto e a razão.

E com isto se diz quase tudo e nada se alcança. De repente, um solitário mas frutuoso vazio de nós se apodera sob a égide do erro interpretativo.

Cumprimentos filosóficos