25 de outubro de 2006

Malta Esperta

Durante mais de 20 anos, a «estratégia» de sucessivos governos para o ensino superior tem estado orientada para as estatísticas do país, portanto, «para inglês ver». Ou seja, para consumo externo. Já que o analfabetismo está longe de ser erradicado, pelo menos «aproximamo-nos» da Europa com o número de licenciados.

Com a proliferação alucinante de cursos superiores pouco ou nada dimensionados para as necessidades do país real e com a anedótica colocação de licenciados no mercado de trabalho, começa-se agora a pensar no que se vai fazer com toda esta gente e com a extensa panóplia de cursos, «inventados» ao arrepio de qualquer lógica de bom senso e de planeamento estratégico.

Os rios de dinheiro gastos por famílias iludidas na formação dos garotos e os rios de dinheiro dos contribuintes esbanjados [na sobreposição de cursos, na peregrina manutenção do excessivo número de vagas e na concepção discricionária de cursos forjados à medida dos docentes], serão agora «minimizados» com o trabalho precário, com as prestações de subsídio de desemprego, com o desinvestimento na educação, com o desperdício de qualificações e com o asilo gnoseológico que diariamente afugenta massa crítica para o estrangeiro.

1 comentário:

Anónimo disse...

As universidades não estão isentas de responsabilidades. A gestão e responsabilidade é quase exclusivamente delas. O problema é que a maior parte delas limitam-se a reflectir o mais abjecto parasitismo público... perdão, funcionalismo público.

um abraço