Como poderei justificar a transformação de um template com quase 4 anos de existência, contemporâneo de In Tenui Labor, sem apelar para a suprema e urgente reivindicação que os tempos nos fazem quotidianamente? Uma necessidade de mudança, de adaptação aos tempos modernos em permanente e ritmada agitação - que já Chaplin, Orwell, Huxley, Ridley Scott e outros nos sugeriam. Cada um à sua maneira; uns, de forma pessimista, outros mais sagazes. E vale a pena aludir ao facto de serem precisamente essas demandas que [também] nos estagnam e apodrecem, que nos colocam à mercê da nossa própria resignação. Passos perdidos e desorientados, esmagados pela pesada mão da aceitação, do conforto e de nada.
As convicções são, com Nietzsche, um soturno túnel, escavado em direcção ao núcleo imemorial e demiúrgico do planeta, por não explorarem a tese e o seu contrário - a bidimensionalidade; ou, em contrapartida, representam uma salvação, um último reduto para os insatisfeitos, para os imperfeitos? Mas fará sentido falar de um «último reduto», mesmo sem que seja respeitada a condição essencial da auto-reflexão profunda e religiosa de todos e de cada um?
Havia uma música do Elliot Smith que, às tantas, dizia «I saw you at the perfect place / It's gonna happen soon, but not today / So go to sleep, and make the change / I'll meet you here tomorrow / Independence Day / Independence Day / Independence Day».
Entretanto, já a questão do template se eclipsou, se dissipou na escaramuça originada pelas promessas não cumpridas pela modernidade: a liberdade, a igualdade, a felicidade. A omissão foi «compensada» pela satisfação material, pela coisificação do ser, profundamente reptiliano, mecânico, autista. Como é da nossa natureza, de resto. Talvez por aquela razão, o imaginário de emancipação dos nossos contemporâneos seja povoado por ilhéus desérticos onde o sol cai a pique e os corpos são arrefecidos por uma piña colada... Puro hedonismo que cresce a par da insatisfação e a contém entre taipais invisíveis.
Enquanto isso, chusmas de gente amontoam-se diariamente em canais arteriais cinzentos e unidireccionais, sem um destino que não o destino do órgão que os atrai e repele, em fluxos sincopados. Num vai e num vem, incompreensível e absurdo. Tal como as peças de Ionescu.
O template está mais fixe assim, não está?
As convicções são, com Nietzsche, um soturno túnel, escavado em direcção ao núcleo imemorial e demiúrgico do planeta, por não explorarem a tese e o seu contrário - a bidimensionalidade; ou, em contrapartida, representam uma salvação, um último reduto para os insatisfeitos, para os imperfeitos? Mas fará sentido falar de um «último reduto», mesmo sem que seja respeitada a condição essencial da auto-reflexão profunda e religiosa de todos e de cada um?
Havia uma música do Elliot Smith que, às tantas, dizia «I saw you at the perfect place / It's gonna happen soon, but not today / So go to sleep, and make the change / I'll meet you here tomorrow / Independence Day / Independence Day / Independence Day».
Entretanto, já a questão do template se eclipsou, se dissipou na escaramuça originada pelas promessas não cumpridas pela modernidade: a liberdade, a igualdade, a felicidade. A omissão foi «compensada» pela satisfação material, pela coisificação do ser, profundamente reptiliano, mecânico, autista. Como é da nossa natureza, de resto. Talvez por aquela razão, o imaginário de emancipação dos nossos contemporâneos seja povoado por ilhéus desérticos onde o sol cai a pique e os corpos são arrefecidos por uma piña colada... Puro hedonismo que cresce a par da insatisfação e a contém entre taipais invisíveis.
Enquanto isso, chusmas de gente amontoam-se diariamente em canais arteriais cinzentos e unidireccionais, sem um destino que não o destino do órgão que os atrai e repele, em fluxos sincopados. Num vai e num vem, incompreensível e absurdo. Tal como as peças de Ionescu.
O template está mais fixe assim, não está?
8 comentários:
eu cá gosto mais assim! muito fixe! :)
Está muito, muito, muito giro.
Leve, fresco e jovial. :)
Beijinho!
Se és culpado pelo in tenui labor, então continua, pese embora as diferenças de convicções. Respeito. Gosto.
Sinceramente, gostava mais do outro template. Mas o mais importante são as ideias que por aqui vão sendo apresentadas e discutidas. Cumprimentos.
MC
Não querendo parecer saudosista... o outro template tinha algo de mágico...
Agradar a todos é impossível, mas enfim... dá quatro anos a este template e depois então se poderá comparar.
Um par de dias contra quatro anos não me parece justo.
Em todo o caso: e pela diferença de ideias que temos vejo-me obrigado a dizer isto desta forma: Morreu o velho template! Viva o template (novo)!
Abraço
Está muito mehor!
Em tudo!
Shovski
Os velhos do restelo não passam disso...velhos saudosístas envoltos no marasmo dos tempos e dos lugares.
Prefiro a mudança às convicções mas não estou sempre convicto a mudar.
São estados de luta interior e o que mais importa é a decisão.
Está muito bem!
Um Abraço
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