19 de dezembro de 2007

Alegoria do túnel salvador

O ministro das obras públicas já nos habituou a tiradas fabulosas e a soirées bem passadas ao converter-se numa das principais referências dos gatos fedorentos. O «deserto» por exemplo, com que qualificou a margem sul do Tejo, franqueia a aguda boçalidade da criatura. Ou o célebre «jamé», para justificar a recusa da opção Ota na construção do novo aeroporto.

Na sua mais recente aparição, agora naquele registo «hollywoodesco» do político não alarmista, Mário Lino declarou a sua total confiança no túnel do Terreiro do Paço, sublinhando que, num cenário catastrófico, seria aquele o primeiro abrigo onde procuraria refúgio.

Podia ter dito que seria o segundo ou o terceiro local mas não, o homem nem pensaria duas vezes, tantas quantas pensou em toda a sua vida. Em vão.

Das duas… duas: se, por um lado, a sua patética verborreia não tem fim, por outro lado, já percebeu que não teria lugar no avião do Sócrates…
PS: jamé, do francês jamais (trad. portuguesa: jamais)

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