14 de janeiro de 2008

Os argumentistas americanos on strike

De onde menos se espera, chegam-nos por vezes os mais surpreendentes exemplos. Multifacetados em todas as suas dimensões e manifestações, os Estados Unidos da América revelam-se frequentemente um melting pot atafulhado de contradições, tanto obscurantistas quanto emancipadoras.

Independentemente da legitimidade que tenham, e isto merece ser dito, os guionistas americanos exemplificaram à UGT e à CGTP que a luta não é à sexta-feira nem numa «ponte» entre feriado e fim-de-semana. Podemos agora dizer que são uns privilegiados entre milhões de compatriotas e que se trata de uma profissão atípica. Certo. Mas convém não esquecer que, neste capítulo, a cultura cívica americana está orientada para a acção de grupos de pressão, para as grandes acções de protesto com milhares de pessoas em torno das grandes e apaixonantes causas e não para a convocação de greves laborais. Por outro lado, é uma cultura marcada pelo ideário dos direitos, das liberdades e da realização humana.

Em contrapartida, também é conveniente não esquecer que em Portugal, as profissões atípicas são das que [talvez] menos se manifestam, estando na posse de uma das melhores armas: a sua imprescindibilidade.

Os guionistas americanos estão em greve há cerca de três meses e ontem mandaram abaixo os Globos de Ouro.
Por cá, a solidariedade dos seus pares tem a expressão de sessenta minutos que consistem em fazer nada. E eventualmente fumar dois cigarros a mais do que o habitual.

1 comentário:

Anónimo disse...

e com esta cagada, as series tao paradas e uma pessoa nao as pode ver!