Na sequência da Moção de Censura ao governo, apresentada hoje na Assembleia da República pelo PCP, Sócrates reagiu afirmando que poderão haver muitos motivos para censurar o governo embora considere «errados» os da oposição. Desta afirmação, não ficou claro se por «oposição» o senhor José Pinto de Sousa entende apenas o PCP ou se, em contrapartida, apenas o próprio PS tem legitimidade para censurar o governo. A este respeito, já vimos que não. Manuel Alegre e a ala esquerda do PS não clarificam a sua posição, optando antes pela deambulação desnorteada.
Quanto à moção do PCP, não só é perfeitamente justificada como é acertada. Todos os esforços desenvolvidos no sentido de dignificar o posto de trabalho e as condições laborais foram postos em causa pela acção directa e laxista de sucessivos governantes que nem se mostraram determinados em credibilizar a Administração Pública, nem tiveram coragem para regular com sensatez o sector privado.
Portanto, dizer que o governo pretende transformar a precariedade em lei geral, não é errado. E implementar a «flexisegurança» de países incomparavelmente diferentes do ponto de vista cultural, económico e social, significa não conhecer o país real e o calibre dos nossos pequenos e médios empresários.
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