12 de agosto de 2008

007, ordem para disparar?!

Se, no mediático assalto ao BES em Campolide, os dois assaltantes tiveram suficiente tempo para reflectir sobre as consequências dos seus actos e perceber que dali só sairiam presos ou mortos (neste caso, um foi preso e o outro morto pelo GOE), esta noite não houve tempo para nada. Os militares da GNR puseram-se aos tiros e atingiram mortalmente uma criança de 12 anos. Esta aparente utilização desproporcionada de força tem contornos semelhantes ao ocorrido em Évora há alguns anos, quando um polícia alvejou também mortalmente um jovem assaltante em fuga.
No primeiro caso, para memória futura fica o disparo de retaliação feito pelo assaltante (que posteriormente foi ferido e preso preventivamente), o qual, só por mero acaso não acertou no refém que tinha à sua guarda. Fora isso, a acção do GOE foi quase perfeita. E exemplar...
No segundo caso, é possível que fique para memória futura uma certa precipitação dos militares da GNR, os quais hão-de ser sempre «presos por ter cão e por não ter». Decidiram na hora, não beneficiando do rigor táctico amplamente treinado pelos homens do GOE.
Tenho dúvidas se um assalto a uma vacaria sem reféns justificaria tiroteio. Mas também recordo quando um agente da GNR foi «passado a ferro» por criminosos em fuga em Vila Real de Santo António, durante uma operação stop (se não me falha a memória).

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