10 de agosto de 2008

A Geórgia foi previsivelmente estúpida

Na Geórgia, o Presidente da República abocanhou e engoliu avidamente o isco lançado pelos russos. Agora, é o seu país e o seu povo quem está a pagar por isso. A Ossétia do Sul tem muito mais afinidades com a Federação Russa do que com a Geórgia. Esse tipo de raciocínio que dá corpo a uma nação a partir da preponderância que representa o território e o passado é uma falácia. Por muito que custe aos georgianos [e a tantos outros povos no mundo que disputam o preço do território e não o bem-estar das populações], em matéria de autodeterminação vale a vontade da maioria da população. E esta, neste caso, é maioritária e inequivocamente russa. Tal como era sérvia a lingua de território que defendia Karadzic com unhas e demasiados dentes...
Os alinhamentos políticos e territoriais do passado não têm que reflectir necessariamente no presente. Claro que isso não iliba a eterna e belicosa mãe Rússia, pátria do excesso de zelo que a caracteriza intemporalmente.
No que respeita às Nações Unidas, este conflito aberto entre Rússia e Geórgia serve uma vez mais para desacreditar um Conselho de Segurança que permite que partes interessadas sejam juízes em causa própria.

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