30 de abril de 2009

Entulho de volta ao arrabalde

O país, este em que vivemos, não é muito diferente dos outros. Com excepção de muitas coisas. Mas nas más, conseguimos superar uma boa parte deles. Há alguma unanimidade quanto à colonização dos diversos domínios da vida pela lógica de mercado. Esse é, de resto, um dos pontos de chegada [ou súbitos ataques de consciência] que justificam estas reuniõzecas dos G-20. Triste mas previsívelmente, a meta central não consiste em dar solução à crise, mas sim em mais uma manobra de cosmética de efeitos imediatos. Nós, os de cá, queremos mostrar que, do fundo da pequenez, estamos empenhados em dignificar a prevalência do mercado. Por isso, dentro em breve, os pequenos prevaricadores ambientais vão passar a beneficiar de uma espécie de amnistia, desde que mostrem arrependimento pelos seus hediondos actos. Em nome da saúde financeira das pequenas e medíocres empresas, cuja dimensão se reporta tanto ao volume de negócios e de empregados como ao volume do raciocínio do patrão que, nesta matéria, conta com a total solidariedade do governo.
PS: certamente que as autarquias estarão muito receptivas para a recolha de entulho nos arrabaldes e taludes. E a população acolherá com legítima satisfação todos os atropelos ambientais nas «ribeiras dos milagres» cá do tugúrio. Como é que teria sido se, em vez de ministro do ambiente tivesse sido ministro das obras públicas?

1 comentário:

Anónimo disse...

Neste país a corrupção é normal