16 de julho de 2009

Filho de ministro

A diferença entre uns e outros reside simplesmente naquela relação ancestral que se expressa pelo tempo disponível e pela garantia de satisfação de necessidades. Há espaço para errar e nada de mal acontece. Ao filho de ministro é pedido que viva, ao filho de operário é exigido que sobreviva. Há, inclusive, aquela máxima que diz «o desemprego quando nasce, não é para todos».
Certamente consciente destas minudências, o ministro do trabalho e da solidariedade social, Vieira da Silva, anunciou a diminuição das assimetrias sociais com base numa suposta redução da pobreza entre os escalões etários mais idosos. Para isso, sustenta, muito contribuiu o Complemento Solidário de Idosos. E, quanto a nós, o desaparecimento daquela parcela de população rural que, com a reforma de Marcelo Caetano, passou a ter direito a uma espécie de esmola institucional. Ter-se-á esquecido certamente de referir que as assimetrias medem-se com referência a dois intervalos. E o intervalo superior, aquele dos porsche's, casas de luxo e aviões privados terá sido aquele que, lamentavelmente, ficou de fora das cogitações do ministro.

8 comentários:

Anónimo disse...

As assimetrias reduzem-se com o fim do capitalismo

Carlos disse...

... e o início do quê?...

Anónimo disse...

Ainda não vivi num mundo sem capitalismo, não sei como seria. Sem assimetrias, paerece-me que seria mais justo

Carlos disse...

A questão que se coloca é fundamental: há outro sistema que garanta o conforto a boa parte dos seus cidadãos, como este proporciona?
É admissível que sim mas não é por acaso que chegámos historicamente a este ponto.

Anónimo disse...

Quem achar que assim estamos bem e que o sistema em vigor é o melhor, então deixe-se estar comodamente sentado no sofá.

Eu acho que podemos viver num sistema diferente, mais justo, sem assimetrias e faço no meu dia a dia para que assim seja.
Não é isto que quero, não me parece que devamos estagnar e conformar.

Como podes achar que este sistema garante conforto a boa parte dos cidadãos?

Carlos disse...

Longe da perfeição, os números falam por si. os últimos 35 anos falam por si. A miséria global resulta de redefinições políticas acerca do que é o conforto e a pobreza. Na Coreia do Norte, morreram de fome, num só ano da década de 90, mais de 1 milhão de pessoas.

Anónimo disse...

O capitalismo tem para a existência humana o mesmotipo de consequências que tiveram os regimes comunistas conhecidos. Feitas as contas, produziram betão, mataram pessoas, deram conforto a umas e desconforto a outras. Tudo a mesma merda

Anónimo disse...

Em quantos mortos já vai a guerra do iraque?