28 de outubro de 2009

Novo governo iii



O Presidente da República asseverou ser homem com sentido de Estado e, vá lá, a prová-lo, está essa inusitada disponibilidade para cooperar com o governo num magnânimo gesto de boa-vontade. Como se fosse precisamente isso que se espera institucionalmente de um dos órgãos de soberania portuguesa. para com outro órgão de soberania. Tal como há quase cinco anos, a empatia de Cavaco Silva com Sócrates é comovente: também foi chefe de governo apoiado por uma maioria relativa na Assembleia da República e constantemente acossado por um Presidente da República belicoso (Mário Soares). Portanto, sabe bem o que é comer do pão que o diabo amassou. Porém, este entusiasmo pode tender a refrear ao longo do mandato... Após a reeleição em 2011, é previsível que Cavaco Silva retome a leitura das propostas de lei do governo e das maiorias de esquerda alcançadas no Parlamento e alterne como marcador de páginas, o selo do veto e o selo da fiscalização sucessiva da lei.
Isto, claro, sem esquecer a Revisão Constitucional que deverá acontecer no próximo ano...

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