3 de novembro de 2009

Um coro anti-corrupção ruidosozinho

Qualquer proposta de criminalização do enriquecimento ilícito de titulares de órgãos do Estado é anacrónica. Em primeiro lugar porque o argumento da conspiração gratuita contra eleitos não pode agrilhoar qualquer iniciativa anti-corrupção e, em segundo lugar, porque a passividade portuguesa a este respeito é proverbial. O absurdo ganha contornos grotescos num país em que o coro de vozes exasperadas com as práticas quotidianas de corrupção é ruidoso mas não o suficientemente como para ruir uma certa ordem instalada que, na verdade, é objecto de um amado desdém. Talvez por isso é que o socialista João Cravinho e o PCP têm visto as suas propostas embater naquilo que se pode designar, um odiado amor.


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