15 de outubro de 2004

à tout propos (23)

DEBATE MENSAL NO PARLAMENTO
Uma breve nota apenas. Se o Primeiro-Ministro não é propriamente o paradigma da liderança forte, convicta, esclarecida nem o seu governo um modelo de sensatez e competência (como tem vindo a público e salvo honrosas excepções), o seu mais directo adversário político - para além de Marcelo Rebelo de Sousa - também não demonstrou atributos suficientes para fazer render o contexto que dera à costa no hemiciclo. A saber, a «Never Ending Story» da colocação dos professores e a pressão ministerial que ditou a demissão de Marcelo (demissão, na melhor das hipóteses). Com uma conjuntura tão favorável, ao PS era exigido uma prestação mais incisiva, mais desarmante, era, em suma, exigido colocar a maioria em sentido, causar-lhes apreensão, levá-los a coçar nervosamente as gravatas...
O que faria Francisco Louçã se tivesse atrás de si uma centena de parlamentares em acentuada produção histriónica? Sócrates terá que recorrer a outros mecanismos para além da simples oratória e improviso (que nisso perde com o seu rival pelas tias da Quinta do Lago), documentar-se convenientemente para saber onde fazer pontaria e aproveitar estas benesses que não acontecem todos os dias.

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