3 de novembro de 2004

em de-talhe

LUTO MUNDIAL
A confirmarem-se estes resultados, estamos em condições de afirmar que se trata, uma vez mais, de «um pequeno passo para um homem, um enorme retrocesso para a humanidade».
É inacreditável e na verdade, não se consegue explicar o inexplicavel, por muito que o tentem os infindaveis batalhões de comentadores políticos que matracam noite e dia por esse mundo fora. Nem com psicólogos lá vamos... estamos a viver uma experiência metafísica, algo esotérico e intangível axiológicamente.
A modernidade terminou exactamente aqui e esta fase convencionalmente designada pós-modernidade, mais não é (nesta altura) do que o enterro dos valores da liberdade e da solidariedade. O idealismo dá definitivamente lugar ao pragmatismo menos escrupuloso e a semelhança com experiências anormais ocorridas no passado é assustadoramente real. Basta pensarmos a destruição do Iraque, a recusa por motivos estritamente económicos de ratificação do protocolo de Quioto, o escamoteamento de graves crises humanitárias no mundo inteiro e nos proprios USA, a utilização de técnicas de tortura nas prisões de Guantanamo e Iraque, o continuado desrespeito pelos direitos humanos inclusive em território americano, o louco desperdício de recursos energéticos, as alianças estratégicas e descartáveis com líderes de países autoritários, etc., etc., etc.
O povo americano decidiu e o mundo, quanto muito pode continuar de luto; não um luto simbólico, porque as guerras e destruição são bem reais.


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