29 de dezembro de 2004

da democracia em todos os lugares menos na américa

1. É impressionante a soberba, o autismo e a ausência de cultura democrática ostentada pelo ainda Primeiro-Ministro, Pedro Santana Lopes. O indivíduo não se resigna nem parece dar mostras de compreender para além do tipo de raciocínio detrás do qual se escuda e que tipifica aquilo que ele orgulhosamente gostaria de ser: o animal político em permanente combate! Porém, convém recordar ao senhor que também é preciso produzir...
Continua a justificar o seu fracasso e o desgaste de algum capital político, concentrando as suas energias na decisão de Jorge Sampaio em dissolver a Assembleia da República. Ingrato, morde vilmente em quem lhe deu de comer durante quatro meses.
Pois, também é culpa do Presidente da República as governações despesistas e ultrajantes na Figueira da Foz e em Lisboa. E para cobrir financeiramente o que foi feito, não bastam as contribuições dos figueirenses nem dos lisboetas. Isso é à conta do fecho de centros de saúde no interior, do desinvestimento na investigação científica e na educação, etc., etc.
2. Segundo parece, no próximo dia 30 de Janeiro o Iraque passará a ser uma democracia. Isso quer dizer que a guerra civil que sustenta e anima aquela ideia terminará nessa data? Mas, sendo assim, se a guerra civil terminar, como é que pode haver democracia?
Não bate a bota com a perdigota...
Ah, espera lá... afinal para haver democracia segundo Robert Dahl (Who Governs? Democracy and Power in the American City) é necessário garantir 8 critérios institucionais:
a) Liberdade de constituir organizações e aderir às mesmas;
b) Liberdade de expressão;
c) Direito de voto;
d) Direito de competir pelo apoio e pelos votos;
e) Elegibilidade dos cargos políticos;
f) Fontes de informação alternativas;
g) Eleições livres e correctas;
h) Instituições que tornem o governo dependente do voto e das outras formas de expressão de preferências políticas.
É claro que o Iraque só não cumpre aí umas duas...
PS: Notícia de Última Hora: informações acabadinhas de chegar dão conta da partida de alguns cargueiros americanos com destino ao golfo pérsico, cheios de democracia nos porões para distribuir pela população. Devem chegar amanhã, o mais tardar, na Sexta-Feira.
Adoro finais felizes!

Sem comentários: