28 de fevereiro de 2005

Óscares

Esta noite em Hollywood, cumpriu-se mais uma sessão de intenso folclore mediático encenado com as usuais técnicas dramaturgico-circenses de difusão comercial, que no fundo, são a essência da entrega dos Óscares.
Ainda há quem passe em claro essa noite «mágica», para ver um espectáculo fastidioso, no qual não é o mérito que conquista as estatuetas mas sim o amiguismo, as opções políticas encorajadas e sobretudo, o show biz.
Este é, por excelência o mundo do consumo mediatizado onde são ensaiadas as melhores armas de marketing económico e político, fazendo deste, um produto directamente ligado ao condicionamento implícito de massas. Curiosamente, um fenómeno amplamente estudado por americanos.

Só assim se percebe o posicionamento político de todo um país com nefastos efeitos externos, quer no plano ambiental quer no plano cultural; só assim se entende o melhor exemplo de sociedade coisificada, ao nível da consciência feliz marcusiana, debaixo da capa da mais velha democracia do mundo e por isso, acima de qualquer suspeita; só assim se compreende que um filme vencedor seja baptizado com o corriqueiro nome «Million Dollar Baby», realizado por um realizador que não se conseguiu desembaraçar do nível que o balizou enquanto actor.
The show must go on, e assim se vai entretendo a chusma, entre risos e choros.

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