Berlusconi recusou demitir-se - como estava supostamente acordado com os parceiros de coligação - na sequência da forte instabilidade política que resultou da derrota estrondosa nas recentes eleições regionais. A demissão em si não acrescenta nada e apesar das alterações eleitorais italianas em meados da década de 90, a lógica das coligações precárias subsiste: Berlusconi demitir-se-ia para formar imediatamente novo governo.
O sistema italiano fomenta a estabilidade a qualquer custo e a precariedade das coligações tem razões históricas, que se ligam à própria fundação do Estado italiano e às imensas nacionalidades pupulantes por todos os recortes da pesínsula itálica.
Surpreendente como num país onde a cultura cívica e política se manifesta acima da média europeia e que, sem embargo, se permite manter no poder um magnata controlador da opinião pública através da comunicação social, cujas ligações à mafia são menos que duvidosas. Aliás, é possível recordar como ele impediu alguns aspectos da reforma do sistema judicial italiano, que permitiriam levar governantes a reponder perante os tribunais. Entre outras sacanices típicas.
Nós só tinhamos o Santana Lopes e pusemo-lo a andar...
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