30 de abril de 2005

Estado de graça pelos ares...

Apesar da ruptura empreendida com actuações do passado, alimentadas na comunicação social, esta estratégica do Governo como gate keeper da informação e gestor de silêncios, não é mezinha para todas as maleitas que afligem este pORTUGAL.
Uma delas é a incapacidade crónica para fazer qualquer coisa. Fazer com propriedade, com argúcia, com inteligência, com preparação, com ponderação.
E aí temos dois exemplos antagónicos a esse «saber fazer bem».
Um, a completa alucinação de António Costa ao se preparar para alterar o necessário acompanhamento da magistratura às operações especiais das polícias. É o que dá andar a semear em seara alheia, sem sequer saber semear. Aconselhamos desde já a assessoria do Sr. Ministro a rever os seus serviços, e ao Sr. Ministro, que passe a estudar dossiers e abandone esse registo do político do aparelho em permanente campanha.
O segundo reporta-se ao desnorte em questões como a redacção do texto referente à despenalização do aborto. Em questões desta melindrosa natureza, é permitida a leviandade de considerar excepções às 10 semana com base nos rendimentos e outros motivos económicos? Somos todos atrasados?
Há coisas que a classe política ainda não aprendeu. Não aprendeu que desde os tempos do salazarismo e do marcelismo, muito mudou - ainda assim - na sociedade portuguesa. Não se pode continuar a governar nesses pressupostos...

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