Já passaram vinte anos sobre a adesão de Portugal e Espanha à Comunidade Económica Europeia. Há 20 anos atrás, o ainda grisalho Mário Soares, conjuntamente com Felipe Gonzalez, conduziam os seus respectivos países à galinha dos ovos de ouro. Entre nós, a regra comportamental seguiu o instinto selvagem de um vulgar lobo faminto que num ápice devora a dita galinha, de modo a não ter que a partilhar com outro em igual condição. Assim foi com o esbanjamento e apropriação que se seguiram nos anos posteriores. O Estado, isto é, o povo no seu melhor...
No nosso caso, a história da formiga e da barata não pegou. Exactamente porque a barata jamais passou por dificuldades. Isso são coisas de formigas. Esta, continuou a aguentar invernos gradualmente mais rigorosos, labutando arduamente ao sol e à chuva, enquanto a barata vai de férias no inverno para as caraíbas.
Passados 20 anos, muita coisa mudou efectivamente. Mas foi em Espanha e na Irlanda que mais transformações se verificaram, sobretudo porque a barata se tornou um pouco formiga e a formiga, com o tempo, vai ganhando algum do savoir faire da barata.
Curiosamente, se há 30 anos o gonçalvismo tivesse vingado e o 25 de Novembro nunca tivesse acontecido, é muito possível que fizessemos parte do pacote de países que aderiram no ano transacto à União Europeia. No limite estaríamos a tratar das coisas com a Roménia, mais remotamente com a Turquia. Tão longe como a Albania não creio que fosse possível... Afinal, tinhamos o Eusébio e a Amália...
Todavia, caso assim tivesse sido o nosso destino, com quem poderiam aprender com os erros de Portugal, países como a Polónia, Eslovénia, República Checa, Eslováquia, etc.?
Afinal de contas, sempre foram 20 anos positivos... pelo menos exemplares...
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