18 de julho de 2005

Governo vs Corporações

No rescaldo da Greve Geral da Função Pública ocorrida na Sexta-Feira e dos recuos do governo em matéria de reequilíbrio de direitos, pareceu-nos ser este o momento mais oportuno para aqui deixar uma «nota de imprensa» do correspondente especial no Estádio de S. Bento, Eduardinho Cebola, que nos foi por cortesia enviada por Uselesscells.


“Em encontro correspondente à 2ª Jornada do Campeonato de Portugal de 2005-2009, entre a equipa estreante do GOVERNO e a experiente equipa das CORPORAÇÕES registou-se um resultado concludente de 3-1 em favor da CORPORAÇÕES.
Num jogo que para alguns especialista era um difícil teste ao Governo, tendo em conta o historial na prova da equipa das CORPORAÇÕES, já com vários títulos no seu curriculum, acabou por prevalecer a experiência e o rigor táctico dos comandados por Carvalho da Silva. É claro que a equipa do Governo só se pode queixar de si mesma, pois continuou a cometer os mesmo erros que em confrontos passados, tentando jogar um futebol bonito e que impressionasse a sua massa associativa em detrimento da eficácia e de uma procura incessante pelos melhores métodos para levar de vencida a bem organizada defesa do adversário.
Assim, e sem que sirva de desculpa um ou outro eventual erro de arbitragem, o resultado final de 3-1 espelha claramente o que se passou em campo. No entanto, os comandados de Sócrates não pareciam desanimados, no final do encontro, um dos seus melhores jogadores – António Costa – marcador do único golo da equipa da casa, deixou escapar um desabafo: “ Foi o primeiro golo que eles sofreram em muitas jornadas, têm a melhor defesa do Campeonato, são muito eficazes, mas ainda temos que os defrontar novamente. Vamos continuar a trabalhar e no futuro esperamos poder vencer…
Boas intenções do avançado do GOVERNO, mas desconfiamos da capacidade do ataque da sua equipa, bem como da estratégia escolhida para defrontar estas equipas experientes e matreiras.Com o lugar do treinador Sócrates ainda seguro, desesperam os associados por melhores dias, que lhes possam trazer de volta a glória de outros tempo. Fartos de gastar dinheiro em Kits e empréstimos obrigacionistas, esperam resultados rápidos e que a sua equipa atinja rapidamente uma estabilidade classificativa que os leva a patamares mais altos. A chegada às Competições Europeias já era um excelente objectivo”.
In “As Bolas” de 11 de Julho de 2005


Quanto a nós, a equipa do governo está a falhar a sua estratégia por se recusar em defrontar outras equipas. Não tem grande interesse defrontar sempre os mesmos e isso é que justifica a dura reacção da equipa das corporações, até porque tal estratégia não dignifica o espectáculo nem promove a competição entre todas as equipas do campeonato.

A este respeito, ver também o artigo de opinião de André Freire, no jornal Público de Sábado (16 de Julho de 2005), sobre a desigual distribuição dos sacrifícios. Embora, claro, nada disso justifique a imperial resistência das corporações.
PS: Hoje à noite, lançamento de novo post sobre A Apologia da Insolência Sindical e a Presunção da Tirania.

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