Já lá vão aproximadamente dois anos sobre o nascimento de In Tenui Labor, espaço de reflexão e lazer, criteriosamente gizado entre a curiosidade de assumir um blog, coisa da moda, e o aproveitamento que teria em matéria de organização de pensamentos e ideias. O último ano foi particularmente profícuo, tendo inclusive delegado no blog, a responsabilidade de uma segunda actividade, não remunerada, bem entendido. Um entretenimento agradável.
Nessa complicada aritmética da gestão do tempo, lá o teria que arranjar para as diversas actividades que me esforçava por desenvolver no domínio profissional, académico, desportivo, interpessoal, pessoal. Creio que, de um modo geral, consegui não falhar demasiado com In Tenui Labor, nem comigo, nem com os outros. E sobretudo, não falhar com Kathara. Há precisamente dois longos meses que não a vejo, a não ser nos meus sonhos e nos incontáveis pequenos nadas quotidianos. Uma eternidade. Puxa…
Ora, as circunstâncias recentes ditaram um afastamento incontornável, o qual deu lugar a uma intensa reflexão individual sobre a continuidade deste projecto. Vi-me na condição de com todas essas dimensões falhar, de forma quase despicienda, evasiva, pelo que dificilmente poderia dar seguimento a algo que se pretendia sustentado, do ponto de vista emocional e racional.
Nada poderá ser como antes, pese embora a vontade inicial em projectar este espaço até à finitude dos meus dias, independentemente daquilo que fosse a moda do momento ou os visitantes eventualmente interessados em ler o pouco que teria para lhes dar. Ou ainda menos. Regresso aos livrinhos Raima...
Nada poderá ser como antes porque o mundo mudou drasticamente e, naturalmente, eu mudei com ele, assim como os termos que a ele estavam vinculados. Pessoais e no caso específico, comunicativos. Este espaço deixou de ser um espaço de convívio, de prazer, de desafio. Por conseguinte, perdeu-se pelas tais agruras que a vida nos prepara, derivou nessa bolina desnorteada, açoitada por invisíveis vagas de água sólida, férrea, sufocante.
«Para sempre» é uma daquelas expressões tão nocivas e questionáveis como o conceito de «Absoluto», que aprendi a rejeitar com as primeiras incursões adolescentes em Hegel, Kant ou Kirkegaard. Por isso... Até qualquer dia. Sem as habituais e prescindíveis delongas, sem olhar para trás, (sobre)viver.
Agora... bazem! Sff...
7 comentários:
estás a acabar o teu blog?!!
realmente será uma grande pena. tirava prazer com o que dizias!
Já estás nos meus favoritos, já te citei no meu blog, agora não podes sair... Bem sei o que aconteceu, e acredita que sei o que sentes, pois já senti o mesmo, mas é aqui que a reencontras todos os dias. Nas tuas palavras, nas nossas leituras, e nas nossas respostas...
Abraço
Eu cá não bazo!!!!
bem... ninguém quer sair não é? mas se calhar as visitas querem ir dormir, já pensaram nisso? eu não bazo!
Apoio-te em quase todas as decisões (excepto num conjunto de medida nula)...olha tiveste azar, esta tem medida nula. Por isso, a não ser que me convenças pessoalmente..
Não bazo!
a solidão
quando alguém se separa de nós, de forma incontornável...fica um vazio tão grande, uma dor, um desespero!!todos os dias parecem longos e vazios.perde-se a noção do real e o nosso cérebo enlouquece!!por isso percebo que digas para "bazarmos"!!
mas...até um dia!!quer acredites quer não amanhã vai ser um dia de menos desespero, de menos lágrimas, de menor solidão
Mate e bolotas... com amor
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