14 de janeiro de 2006

O Ocaso... da Possibilidade




O tempo desenrola-se na sua marcha imparável. Meio ano... Nunca se está verdadeiramente preparado seja para ingressar na vida activa, seja para serenar os ânimos alterados por um amor perdido, enfrentar uma situação implausível ou até para colocar um ponto final num espaço de reflexão e exteriorização de ideias ou sensações, como é o caso de um blogue. Foi o que sucedeu com In Tenui Labor. A preparação varia no reajustamento dos limites, deslocando-se ao longo de um continuum, ao qual não se lhe vê o fim. Intangibilidade pura. E sem embargo, a preparação é intensificada, diminuindo paradoxalmente, na caminhada de aperfeiçoamento.

Essa falta de preparação foi, é manifesta no momento em que se decide avançar com um projecto deste tipo, revelando-se da mesma forma quando se toma a decisão reversível de o extinguir. Por isso, nunca de deixa de apelar para não encapuzar o gorro das convicções dogmáticas nem ostentar na lapela a insígnia da irreversibilidade.

Tal como a etimologia de In Tenui Labor sugere (ao referir que «as obras delicadas exigem trabalho»), em 22 de Outubro de 2003 lá se ia dizendo que «a satisfação plena não existe a não ser como etapa para algo perfeito, absoluto, sublime, impossível!». Como tal, o trabalho não podia ser deixado a meio, sob pena de nos afastarmos da impossibilidade, manietados pelo mundo irresoluto dos possíveis, pouco ou nada convergente com esse motor histórico por excelência, a utopia. A capacidade de realização humana nada seria sem o sonho, sem a luta no interior da própria inexorabilidade.

E como o «futuro é muito tempo», deixemos que a marcha imparável do tempo prossiga, verificando-a na medida dos impossíveis e nunca das possibilidades. Essas, serão somente consideradas como ponto de partida.

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