24 de fevereiro de 2006

Caminhantes

Já era tempo de Jules fazer algo da sua vida. Por isso, pegou na guitarra e saiu. Mais tarde, alertado pelos ouvidos da sua vida e de si próprio, deu-se conta de que não sabia tocar. Mas saiu na mesma, porque não há regresso possível quando um homem de barba feita decide voluntariamente sair de casa dos pais para ver o mundo. E que mundo. Não mais seria igual embora as saudades lhe comprimissem o coração. Embora, coléricas golfadas de sangue lhe imprimissem um sabor amargo na boca, sempre que descia sobre a cabeça dos condenáveis, a intensidade do seu pensamento feito verbo.

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