10 de março de 2006

Portugal e Progresso

Portugal é um modelo a seguir em matéria de integração europeia, um país que aproveitou exemplarmente os apoios concedidos pela comunidade europeia”.

Este discurso, produzido recorrentemente pelas frágeis lentes de observadores estrangeiros (normalmente, naturais dos novos países membros e/ou dos que integram o processo de pré-adesão à UE), remete indubitavelmente para uma imagem desviada que só pode radicar numa representação histórica (errónea) de Portugal, projectada e reproduzida nos seus países de origem: a de um país desenvolvido. Um país de progresso.

Em face disso, arriscaria uma possível imagem veiculada nesses países do Portugal de há 2 décadas (comparativa), como sendo um tugúrio caótico, povoado por tribos semi-nómadas a apascentar gado e que lançariam olhares gulosos sobre um bom naco de carne com um relógio no pulso (simultaneamente, vígaros e machos latinos).

Fora a retórica, progredimos realmente bastante, ao ponto de caminharmos erectos e dispormos de um polegar oponível à mão, como os outros. Isso, meus amigos, é indiscutível.

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