10 de abril de 2006

Na Corda Bamba da Des-Ilusão

O Primeiro-Ministro francês tem um duro desafio pela frente: como minorar a humilhação que ele próprio cava, em cada dia que insiste em ignaramente manter o CPE (Contrato do Primeiro Emprego). Esperemos que a população francesa também seja «coglioni» como os partidários de Prodi e não se deslumbrem com essas migalhas de Villepin, agora retocadas esteticamente.

Por falar em italianos, será mais um desastre para a sua credibilidade colectiva caso o conceito tradicional de «coglioni» – vituperado por Berlusconi para qualificar os eleitores da esquerda – se venha a apurar no final da contagem dos votos (hoje). Por coincidência, os cinco anos del cappo della famiglia, são os que mais produziram intenções de blindagem do poder político às incursões da justiça. Por outro lado, defeito auditivo ou mero preconceito, nunca mais se ouviu falar daquelas mediáticas operações dos carabinieri nos limos baluartes da cosa nostra... Imbecil é que não é.

1 comentário:

ARV disse...

Uma adenda: No dia seguinte às eleições legislativas em Itália (com a derrota de Silvio Berlusconi), a polícia italiana deteve o chefe da máfia siciliana, Bernardo Provenzano. E falávamos nós aqui a escarnecer sobre a inexistência de operações desta envergadura nos tempos de governo do cappo Silvio Berlusconi...

As más linguas como a nossa diriam que, perante as sondagens que davam a vitória à coligação de Prodi, os carabinieri teriam sentido um alívio que os conduziu à acção...


Fica a notícia:

"O chefe supremo da mafia siciliana, Bernardo Provenzano, foi detido hoje na região de Corleone, ao fim de 42 anos de fuga à justiça, avançou a agência noticiosa Ansa.

A detenção do "cappo de tutti cappi" (chefe de todos os chefes) da Cosa Nostra, efectuada pela polícia de Corleone, foi confirmada à Ansa pelo procurador-adjunto Giuseppe Pignatone e pelos magistrados da direcção regional de combate à mafia.

Nascido a 31 de Janeiro de 1933 e oriundo de Corleone, nas proximidades de Palermo, Bernardo Provenzano passou à clandestinidade em 1963. Tornou-se o chefe supremo da Cosa Nostra após a detenção, em Janeiro de 1993, de Toto Riina, mandatário dos assassinatos dos juízes antimafia Giovanni Falcone e Paolo Borsellino (1992)."

in Público online, 11.04.2006