4 de outubro de 2006

A Particularização do Interesse Público

A revelação sobre as estimadas «perdas» na participação das receitas do Estado a transferir para as autarquias locais (Fundo Geral Municipal, Fundo de Base Municipal e Fundo de Coesão Municipal), mantida a «marinar» pelo Ministro da Administração Interna António Costa até um dia antes da realização do congresso extraordinário da ANMP (Associação Nacional de Municípios Portugueses), tem como aparentemente primeiro objectivo lançar a confusão e o desnorte no seio dos autarcas em congresso.

Revela, antes de mais, uma noção deturpada do que é o Estado. Concepção aliás partilhada pela generalidade dos autarcas. De resto, se há característica que parece transpirar da política portuguesa, é a inversão da ordem de prioridades na definição do interesse público, sendo os cidadãos obviamente, o derradeiro elo da cadeia na referida ordem de prioridades.

O Estado é, ocabiorresto, uma arena onde se digladiam clãs, senhores feudais e parvos, revelando duas dimensões muito importantes: a arregimentação de parvos e a sua instrumentalização pelos clãs e senhores feudais. É muito simples, não é?

À falta de melhor, fica esta definição.

1 comentário:

Anónimo disse...

"O comunismo destrói a democracia; mas a democracia também pode destruir o comunismo"
Andre Malraux