14 de novembro de 2006

Ainda Mexe

O país não está bem, já o sabemos. Nunca esteve. Curiosamente, anunciam-se filmes como o de José Fonseca e Costa, «Viúva Rica, Solteira Não Fica», uma ficção que decorre no final do século XIX. Esta temática e o periodo temporal reflecte um fascínio particular com um período associado ao acentuar da decadência de Portugal [apesar da coragem exibida no tímido passo que foi dado em direcção a uma sociedade minimamente meritocrática, com a implantação da República] bem como ao imaginário masculino com as frivolidades de uma viúva lasciva, rica, jovem, bela e infelizmente... utópica.
Este fascínio é realmente insondável. Este fascínio com a decadência, com a incompetência, com a frugalidade, com o marialvismo.
Só esse fascínio, essa estranha atracção, explica que ainda se dê tempo de antena nos media a Santana Lopes. É verdade, à semelhança de outros grandes escritores como Lazlo Boloni, José Mourinho e Jorge Costa, Santana Lopes também lançou o seu livrozinho, (convencido que a fome no mundo acaba com um chupa chups), na companhia de uma grande referência da política nacional, Zita Seabra, a da lapela com mil cores.
O mundo não mais será o mesmo.

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