A fronteira é ténue entre o campo da campanha eleitoral e o da opinião. Ainda assim, parece-me pouco razoável que programas públicos de televisão adoptem uma posição formal sobre matérias a referendar brevemente (interrupção voluntária da gravidez – IVG) e apelem a um determinado sentido de voto, sem que esses mesmos programas tenham sido arquitectados como espaços de propaganda política como os consagrados constitucionalmente «Tempo de Antena».
É legítimo que a Igreja ou outra instituição defenda os seus valores e princípios, felizmente. Contudo, é excessivo colocar o economista João César das Neves, no programa 70 x 7, a incitar explicitamente ao «não».
Será conveniente relembrar, quiçá, que as tomadas de posição sobre quaisquer matérias de natureza política ou ideológica têm espaços concretos para o efeito, onde a responsabilidade das posições assumidas cabe inequivocamente e objectivamente a quem as profere.
Não se tratando de um programa de debate de ideias no qual é assegurado o exercício do contraditório (como o «Prós & Contras), verifica-se um aproveitamento abusivo das benesses que um Estado supostamente laico concede de forma exclusiva a uma religião. De modo idêntico, seria perfeitamente ilegítimo que no programa do «Gato Fedorento», Ricardo Araújo Pereira, incitasse a votar ao «sim».
A fronteira é de facto ténue. Não obstante, algumas considerações não devem escapar ao campo da mera opinião e de preferência em espaços onde seja garantido o contraditório.
É legítimo que a Igreja ou outra instituição defenda os seus valores e princípios, felizmente. Contudo, é excessivo colocar o economista João César das Neves, no programa 70 x 7, a incitar explicitamente ao «não».
Será conveniente relembrar, quiçá, que as tomadas de posição sobre quaisquer matérias de natureza política ou ideológica têm espaços concretos para o efeito, onde a responsabilidade das posições assumidas cabe inequivocamente e objectivamente a quem as profere.
Não se tratando de um programa de debate de ideias no qual é assegurado o exercício do contraditório (como o «Prós & Contras), verifica-se um aproveitamento abusivo das benesses que um Estado supostamente laico concede de forma exclusiva a uma religião. De modo idêntico, seria perfeitamente ilegítimo que no programa do «Gato Fedorento», Ricardo Araújo Pereira, incitasse a votar ao «sim».
A fronteira é de facto ténue. Não obstante, algumas considerações não devem escapar ao campo da mera opinião e de preferência em espaços onde seja garantido o contraditório.
1 comentário:
Os Deuses também já foram Homens.
Se o inverso for igualmente admissível, importa a vida da "polis"?
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